Data centers brasileiros aderem ao cloud computing

Em meio à crise econômica mundial, que tem atingido em especial o setor de tecnologia com demissões e resultados financeiros abaixo do esperado, uma previsão da IDC fez brilhar os olhos de executivos do setor: cloud computing triplicará seu valor no mundo gerando receita de 42 bilhões de dólares em 2012.

De acordo com a empresa de pesquisas, o conceito representa um “fator fundamental para que as empresas de tecnologia gerem novas maneiras de crescer. Para se ter uma idéia, de 2008 a 2012, a participação de cloud nos gastos das empresas com tecnologia vai crescer mais do que o dobro, saltando de 4% para 9% do total.

Não é à toa que as mais diversas empresas se apressaram em colocar o selo cloud computing em seus serviços. Com os data centers brasileiros não foi diferente. Eles se apropriaram da computação em nuvem e criaram alternativas heterodoxas como nuvens privadas ou cloud dedicado, tudo para conquistar novos clientes e vender novos serviços para os antigos, ao mesmo tempo em que aproveitam a mais recente onda da tecnologia.

Os recursos computacionais, de servidores virtuais na nuvem até a capacidade de processamento ou de storage, possuem a maior quantidade de ofertas de cloud computing das empresas de data center. Confira, a seguir, um resumo das ofertas das empresas Alog, Diveo, DHC, Locaweb e Tivit.

Alog

Marcus Moraes, vice-presidente da Alog, afirma que a companhia já possui ofertas de cloud como a venda de infraestrutura como serviço, servidores virtuais, APIs para e-commerce, entre outros. “É um modelo interessante porque o cliente gasta menos e o data center também”, defende.

A empresa também prepara uma oferta de aplicações em nuvem: fechou uma parceria com a Microsoft para vender o Exchange e soluções de comunicação dentro do modelo de cloud. “Vendemos infraestrutura básica e estamos subindo aos poucos”, acrescentou Marcus.

Diveo

A Diveo está trilhando um caminho um pouco diferente dos seus concorrentes quando se fala em cloud computing. Em vez apostar na venda de servidores virtuais na nuvem, capacidade de processamento computacional ou de armazenamento, a companhia está buscando o mercado de aplicações.

“Temos uma parceria com a Microsoft para rodar o Exchange na nuvem”, conta Marco Américo, vice-presidente da Diveo. A empresa de data center aposta em trazer, ainda em 2009, o Office Communications, o SharePoint Online e o Dynamic CRM para dentro do mesmo modelo. “Vamos trabalhar focados em aplicações, não em recursos computacionais. Não dá para fazer tudo”, acredita.

DHC

A DHC apostou em vender serviços em nuvem dentro do conceito que ela chama de private cloud. A iniciativa consiste na virtualização acontecendo dentro de um dos data centers da empresa, com um pool de servidores virtuais realizando as tarefas e com acesso ao serviço via internet sendo feito com VPNs. Alexandre Cadaval, diretor de produtos e engenharia da DHC, defende que o cliente pode optar por adquirir servidores virtuais, storage ou simplesmente acesso à internet.

“As corporações têm medo do modelo tradicional [de cloud]. Criamos a nuvem ‘privativa’ para ter um contexto protegido que gere mais confiança”, garante. A expectativa da empresa é que 30% dos seus 120 clientes migrem para a nuvem de alguma maneira, ou inteiramente ou adotando ambientes híbridos – dedicados e em nuvem.

Locaweb

A Locaweb quer levar sua oferta de computação em nuvem também para o setor de pequenas e médias empresas. Gilberto Mautner, CEO da empresa, destaca o servidor virtual que pode ser adquirido a partir de 59 reais por mês. “Lançamos o primeiro serviço em novembro do ano passado. O crescimento está nos fazendo analisar também a venda de processamento computacional e de armazenamento”, disse.

Mautner destaca, também, a oferta de dedicated cloud – cluster a partir de 2 servidores que atuam em pool de recursos. Segundo o executivo, empresas como Banco Rendimento, CTEP e Kaizen já possuem a solução. “Com o cloud, o cliente não precisa dimensionar a demanda a priori e garante um nível de serviço de hardware superior”, acrescenta.

Tivit

Carlos Eduardo Mazon, diretor de terceirização de infraestrutura tecnológica, afirma que a Tivit prepara uma oferta com processamento, armazenamento com backup e restore, entre outros, para o segundo semestre de 2009. “Criamos uma estrutura de hardware e software para isso, baseada em servidores blade e virtualização. Temos a vantagem de testar e ver os pontos positivos e negativos”, defende.

Segundo ele, a abordagem para o cloud precisa ser “menos oportunista e mais estruturada”. Ele acredita que o modelo terá adoção lenta, especialmente nas grandes corporações, por receios de segurança e de recuperação de dados. “As organizações olham a nuvem com certa desconfiança. A ideia do dado rodando na nuvem que não se sabe onde está é muito agressiva”, acrescenta.